segunda-feira, 29 de agosto de 2016

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ACONTECIMENTOS ENTRE 1700 E 1749
Planta duma parte do aqueduto que conduzia água para as fontes do Passeio Público, Mário Novais, s. d., Arquivo Municipal de Lisboa, AFML – A12359 (Clique para ampliar)
Planta duma parte do aqueduto que conduzia água para as fontes do Passeio Público, Mário Novais, s. d., Arquivo Municipal de Lisboa, AFML – A12359 (Clique para ampliar)
O período de 1700 a 1749 foi marcado pela estabilidade governativa sob a liderança deD. João V (1706-1750). A descoberta das minas de ouro no Brasil, seguida dos diamantes, madeiras preciosas, tabaco e açúcar promoveu o crescimento económico do país.

Todos estes factores, aliados ao ciclo de paz iniciado em Utreque (o tratado firmado, em 1713, naquela cidade dos Países Baixos, pôs fim à guerra de sucessão espanhola), possibilitaram a construção e a remodelação, de grandes conjuntos arquitectónicos, civis e religiosos, da cidade de Lisboa. As primeiras iniciativas arquitectónicas de D. João V foram reabilitações e redecorações em igrejas e capelas, nomeadamente na sacristia da Igreja de Madre de Deus; na capela de S. João Baptista da Igreja de S. Roque (1742-1747); na capela da Igreja de S. Domingos (1748). Ao que se acrescenta a construção da Igreja do Menino de Deus (1711-1737) e a edificação do interior da Igreja de Santa Catarina (1727-1730), exemplares do período barroco em todo o seu esplendor, gosto pelo fausto e ostentação.

Neste período ocorreu igualmente a ampliação do Palácio Real e as obras na respectiva capela (1728-1732), a remodelação do antigo Palácio da Mitra (Marvila), a construção do Palácio Barbacena, em Santa Clara (1740), a edificação do Palácio Galvão Mexia (actual Museu da Cidade) e do Palácio Ludovice, entre outros.

Dos empreendimentos joaninos mais aparatosos em Lisboa, há a destacar o conjunto Igreja, Palácio e Convento de Nossa Senhora das Necessidades (1744-1753) no Alto de Alcântara e, o Aqueduto das Águas Livres (1720-1748) que, em associação com a proliferação de novos equipamentos – os chafarizes –, veio resolver os graves problemas de abastecimento de água à cidade.

No entanto, a nível urbanístico, Lisboa mantinha as suas características eminentemente medievais, as ruas estreitas e íngremes, as calçadas em mau estado, a ausência de iluminação pública, a falta de policiamento, as questões do saneamento básico e os problemas de circulação. Com o objectivo de minorar o “caos” urbanístico retomaram-se as obras do cais de Belém e do cais da Pedra, alargou-se a rua dos Ourives do Ouro, expandiu-se a via que ia da rua dos Douradores para a Igreja de S. Nicolau; o pavimento da rua Nova do Almada, Chiado e rua dos Ourives foi reparada e limitada à circulação de peões; os Arcos das Portas de Santo Antão foram levantados e alargados; foram cobertos os canos do bairro de S. José; edificou-se um novo açougue real e inauguraram-se as termas em Alfama (1716).

Por bula papal (7/11/1716) foi criado o patriarcado de Lisboa. Em 15 de Janeiro de 1717, D. João V procedeu à divisão de Lisboa em duas circunscrições administrativas: Lisboa Oriental e Lisboa Ocidental. Em 1742, seriam demarcados por alvará os bairros da capital.
Bibliografia
FRANÇA, José Augusto França, Lisboa: Urbanismo e Arquitectura, 5.ª ed., Lisboa, Livros Horizonte, 2005, p. 23-34.
PARDAL, Maria João Martins, O Terramoto de 1755: A Urbanização da Nova Lisboa, 1.ª ed., Lisboa, Setecaminhos, 2005, p. 21-26.
CONSIGLIERI, Carlos, ABEL, Marília, Lisboa: 750 Anos de Capital: Livro de Ouro da Cidade, 1.ª ed., Lisboa, Dinalivro, 2005, p. 78-83.
MURTEIRA, Maria Helena da Cunha, Lisboa da Restauração às Luzes, 1.ª ed.., Lisboa, Editorial Presença, 1999, p. 102-113.
BERGER, Francisco José Gentil, Lisboa e os Arquitectos de D. João V, 1.ª ed., Lisboa, Edições Cosmos, 1994, p. 219-266.
MOITA, Irisalva (coord.), O Livro de Lisboa, 1.ª ed., Lisboa, Livros Horizonte, 1994, p. 247-278.

sábado, 18 de junho de 2016

Nuno Roca esta de volta

Tempo5

1891
Janeiro, 5-7 - Congresso do Partido Republicano Português, no Porto. É aprovado um novo programa para o partido.
Janeiro, 10 -  João de Azevedo Coutinho regressa de África, sendo vitoriado
Janeiro, 31 - Revolta republicana no Porto, com proclamação da República na varanda da câmara municipal. 
Fevereiro, 5 - As Câmaras reabrem para votarem as bases do monopólio do tabaco e um empréstimo de 10 milhões de libras. O Conde de Burnay emprestará 3 milhões de libras, com a condição de lhe ser concedido o monopólio do tabaco.
Fevereiro, 20 - Promulgação de uma Portaria que restringiu a liberdade de reunião e associação, em nome da manutenção da paz social.
Março, 23 - Aprovação de uma lei que garantia a jornada de trabalho de 8 horas e fixava uma tarifa de salários mínimos.
Abril, 1 - Adiamento da reunião do parlamento. O governo anuncia que passará a governar em ditadura.
Abril, 3 - São lidas as sentenças contra os implicados no 31 de Janeiro. 
Abril, 14 - Decreto regulamentador do trabalho feminino e infantil na indústria.
Abril, 21 - O dirigente republicano Elias Garcia morre.
Maio, 7 - Bancarrota do Estado português. É suspensa por 90 dias a convertibilidade das notas de banco, o que provoca uma desvalorização do papel-moeda em cerca de 10%
- O exército é colocado em estado de prevenção.
Maio, 9 - As associações operárias são autorizadas, desde que os seus fins fossem exclusivamente profissionais.
Maio, 15 - Publicação da encíclica de Leão XIII Rerum Novarum. Estabelece a doutrina social da Igreja católica, e a participação dos católicos na política do seu tempo, dando origem à Democracia Cristã, isto é à «acção católica popular».
Maio, 25 - Grande remodelação governamental, que retira ao governo o carácter extra-partidário. A crise financeira é o principal problema que o novo governo terá que enfrentar.
Maio, 28 - Joaquim Tomás Lobo de Ávila, conde de Valbom, negoceia as bases do tratado de Londres, o que permite  que seja apresentado na Câmara dos Deputados em 2 de Junho. Portugal cede vastas áreas compreendidas entre Angola e Moçambique.
Junho - Congresso do Partido Socialista Português, em Coimbra.
Junho, 23 e 25 - Aires de Gouveia, na Câmara dos Pares, critica a perseguição aos republicanos, considerando-os uma pequena minoria
Julho, 9 - É imposto por decreto o curso forçado das notas de banco.
Agosto, 29 - Latino Coelho, dirigente republicano, antigo ministro progressista, morre.
- Heliodoro Salgado, jornalista republicano, é preso por delito de imprensa.
Setembro, 11 - Antero Quental suicida-se em Ponta Delgado, nos Açores, com dois tiros de revólver.
Outubro, 8 - Criação do primeiro Hospital Veterinário, em Lisboa.
Outubro - Domitilia Hormizinda Miranda de Carvalho torna-se a primeira mulher a inscrever-se na Universidade de Coimbra. Médica e professora do Liceu Maria Amélia Vaz de Carvalho será eleita em 1935 e em 1938 deputada à Assembleia Nacional nas listas da União Nacional. 

1892
Janeiro, 15  - O presidente do conselho João Crisóstomo confirma que o ministro da fazenda Mariano de Carvalho fez adiantamentos à Companhia Real dos Caminhos de Ferro sem conhecimento do governo.
Janeiro, 17  - Nomeação do governo de Dias Ferreira, de Acalmação Partidária. No governo participa pela única vez na sua carreira política, e só até 27 de Maio, Oliveira Martins. 
Janeiro, 20  - Oliveira Martins discursa na Câmara dos Deputados
Janeiro, 21  - O deputado Ferreira de Almeida propõe novamente a venda das colónias para se fazer face ao défice orçamental de 10 mil contos, excluindo da venda apenas Angola e a Índia.
Janeiro, 29  - D. Carlos cede 20% da sua dotação para diminuir o défice.
Fevereiro, 5 - Manuel de Arriaga, deputado republicano e futuro presidente da república, propõe um inquérito ao antigo ministro da fazenda Mariano de Carvalho.
Fevereiro, 26 - Oliveira Martins apresenta a proposta de uma Lei de Salvação Pública.
Março, 3 - O ministério da instrução pública é extinto novamente, voltando a educação a ser dirigida pelo ministério do reino.
Março, 20 - Morte de Lopo de Vaz.
Março, 22 - O jornal Revolução de Setembro deixa de ser publicado, ao fim de 51 anos de vida.
Março, 24 - Realização de um Congresso das Associações de Classe, no Porto.
Abril, 13 - Dias Ferreira nomeia António Serpa para negociar um acordo com os credores externos.
Maio 10 - Nova pauta aduaneira, que termina com o livre-cambismo. 
Maio 27 - Dias Ferreira, presidente do conselho, substitui Oliveira Martins na fazenda, aproveitando uma  remodelação governamental
Junho - Julgamento do jornalista republicano Heliodoro Salgado.
Junho, 11 - É assinado o contrato para a colocação de um cabo submarino entre o continente e os Açores.
Junho, 15 - O processo de pagamento aos credores externos do estado é regularizado.
Junho, 27 - É assinado o contrato definitivo com a Companhia de Carris de Ferro de Lisboa. 
Julho - Congresso das Associações de Classe, em Lisboa, reunindo as associações do Sul que tinham abandonado o Congresso reunido no Porto.
Julho, 11 - Assinatura de um novo contrato entre o Estado e o Banco de Portugal, que é contestado pela Associação Comercial de Lisboa
Julho, 22 - D. Carlos visita Coimbra oficialmente.
Agosto, 18 - A praça de touros do Campo Pequeno é inaugurada.
Setembro, 13 - O jornalista e dirigente republicano João Chagas é preso.
Setembro, 18 - Começa a publicar-se em Lisboa o jornal anarquista A Revolta.
Outubro - Portugal faz-se representar nas comemorações do 4.º Centenário do Descobrimento da América com uma réplica da Nau S. Rafael, em que Vasco da Gama navegara para a Índia.
Outubro, 23 - Eleições legislativas. O presidente do conselho Dias Ferreira não consegue ser eleito por Aveiro, sendo eleito por Penacova no último momento.
Novembro, 29 - João Crisóstomo é substituído por José Joaquim de Castro na guerra.
Dezembro, 19 - Detonação de uma bomba em Lisboa, despoletada por anarquistas.
Dezembro, 23 - O general Ferreira do Amaral acumula a pasta da marinha e a dos negócios estrangeiros.



Próximo 1893

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Hoje

Amanhã

Domingo

Segunda-feira

20°
24°
27°
25°
MaxMin
24°16°
MaxMin
25°17°
MaxMin
28°19°
MaxMin
26°17°
29 km/h
25 km/h
22 km/h

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sabia que...
Olá, boa tarde !
Então  vamos lá a um pouco da História

No local onde existem hoje os Armazéns do Chiado existiu desde 1279, uma antiga Casa chamada de Espírito Santo da Pedreira, irmandade de nobres e mercadores ricos de origem judaica, que promoviam a associação e a entreajuda financeira. Pedreira, porque no local se encontrava a grande rocha que caía sobre o vale a que hoje se chama Baixa, e por onde o rio não entrava. A casa, o hospital da irmandade e o respectivo espaço conventual situavam-se na confluência da que é hoje a Rua Garrett com a Rua Nova do Almada, e sofreram durante o século XVII várias obras de reconstrução.

Com o terramoto de 1755, o convento ficou em ruínas, pelo que a comunidade de religiosos foi transferida para o Convento das Necessidades até as obras ficarem concluídas. O que não veio a suceder, passando o edifício a ter outras utilizações, tais como o futuro Palácio Barcelinhos e os Grandes Armazéns do Chiado. Estes últimos, que nasceram em 1894, traziam um pouco de Paris a Lisboa e variedade nos produtos, desde a confecção e perfumaria, até à ourivesaria. Com a divisa "Ganhar pouco, servindo bem o público", os Grandes Armazéns tornaram-se num local de sucesso.
O incêndio de 25 de Agosto de 1988 destruiu por completo o espaço: com projecto do arquitecto Siza Vieira, é concluída em 1999 a reconstrução deste edifício.

In Revelar LX
Arquivo Municipal de Lisboa: PT/AMLSB/SER/S04997
Fotografia Ana Luísa Alvim
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sábado, 27 de fevereiro de 2016



             
O Benfica foi o primeiro clube do Continente a deslocar-se à Madeira e, também, deve ser o clube “fora da Madeira” que já jogou mais vezes na Ilha. Se em jogos oficiais deve contar tantos encontros quanto outros clubes (48 para o campeonato nacional e dois para a Taça de Portugal, num total de 50), contabilizando os 19 encontros particulares, o próximo encontro será o 70.º na Madeira (53 no estádio dos Barreiros, 11 no estádio Eng.º Rui Alves/ Madeira, 4 no campo Almirante Reis (antigo recinto do CS Marítimo) e um no campo da Achada, na Camacha.



1912: E tudo começou no Continente (a convite do Benfica)
O primeiro clube madeirense a jogar no Continente foi o CS Marítimo, fundado em 20 de Setembro de 1910, que se estreou, em Lisboa, vindo no vapor Hildebrand, em 10 de Outubro de 1912, com pouco mais de dois anos de existência. E veio a Lisboa a convite do capitão-geral do “Glorioso” Cosme Damião que, impressionado com os relatos de invencibilidade do clube madeirense – pelos marinheiros e passageiros dos barcos da carreira Funchal-Lisboa - comprometeu-se a custear a sua digressão a Lisboa, estabelecendo um programa de cinco jogos em Lisboa, com quatro jogos no campo das Laranjeiras, propriedade do Internacional (CIF), incluindo (no 2.º jogo) a inauguração de um novo campo de jogos em Lisboa, alugado pelo Lisboa FC, que ficaria na história do futebol português por nele terem jogado Sporting CP (1914-1937) e SL BENFICA (1941-1954), mantendo-se alugado pelo Benfica até 1973, depois passou a campo de treinos do Sporting CP (1973-1996) acabando aquando da construção da estação de metropolitano do Campo Grande.


JOGOS DO CS MARÍTIMO EM LISBOA (1912)
     Data
Campo
Adversário
Res
10.Out.1912
Laranjeiras
SL BENFICA
D 1-3
12.Out.1912
Campo Grande
Lisboa FC
V 3-0
13.Out.1912
Laranjeiras
Misto SLB/CIF
D 1-6
17.Out.1912
Laranjeiras
Internacional
D 0-1
19.Out.1912
Laranjeiras
SL BENFICA
D 2-5

1913: A segunda visita (a convite do Lisboa FC)
Um ano depois, eis o CS Marítimo novamente em Lisboa, chegando a bordo do vapor S. Miguel, a convite do dirigente Pina Manique, do Lisboa FC.


JOGOS DO CS MARÍTIMO EM LISBOA (1913)
     Data
Campo
Adversário
Res
9.Out.1913
Campo Grande
Lisboa FC
V 3-2
11.Out.1913
Palhavã
SC Império
V 2-0
14.Out.1913
Palhavã
Sporting CP
D 1-2
16.Out.1913
Laranjeiras
Internacional
Anu (1)
18.Out.1913
Campo Grande
SL BENFICA
E 0-0
19.Out.1913
Campo Grande
Sel. AFL (1)
D 0-5
(1)             Anulado a pedido do CS Marítimo para preparar o jogo com o SLB;
(2)            O onze foi constituído por 10 jogadores do SLB e António Stromp (extremo-direito) do Sporting CP

1922: Visita inesquecível
Os madeirenses, com preponderância dos maritimistas, conseguiram na Páscoa de 1922 levar o Benfica à Madeira, dez anos depois do “Glorioso” os ter trazido ao Continente. A expectativa era enorme, pois, em 2 de Janeiro de 1922, o Benfica vencera, por 2-1, o clube checo Union Zizkov, de Praga, que dizimou todos os outros adversários portugueses. Além disso a comitiva integrava os três primeiros internacionais portugueses (António Ribeiro dos Reis e Vítor Gonçalves), incluindo o marcador (Alberto Augusto) do primeiro golo de Portugal, no I Espanha-Portugal, em 18 de Dezembro de 1921.


A partida a bordo do vapor “Funchal” efectuou-se ao meio-dia de 5 de Abril de 1922. A chegada ocorreu dois dias depois, em 7 de Abril, com a comitiva de 18 pessoas: 15 jogadores, Cosme Damião (“treinador”), Júlio Ribeiro da Costa (dirigente) e José de Melo, dedicado associado, a instalar-se no Hotel Europa, inaugurado na ocasião!


O CS Marítimo recuperara na temporada anterior o título de Campeão da Madeira.

CAMPEONATO
DA MADEIRA
Época
Campeão
1916/17
01.CS Marítimo
1917/18
02.CS Marítimo
1918/19
ND
1919/20
ND
1920/21
01.União FC
1921/22
03.CS Marítimo

Os jogos realizaram-se no campo Almirante Reis, do CS Marítimo e tiveram sempre muito público, estando quatro mil – nunca se vira tal – no jogo de estreia.



JOGOS DO SL BENFICA NA MADEIRA (1922)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
09.04.22
Almirante Reis
CS Marítimo
D 2-3
Ribeiro Reis / Belford
11.04.22
Almirante Reis
C Sports Madeira
V 1-0
Belford
13.04.22
Almirante Reis
CS Marítimo
D 3-6
José Simões/ Ribeiro Reis/ Jesus Crespo
16.04.22
Almirante Reis
Selecção da
A.   F. Funchal
V 6-1
Alberto Augusto / Mário Carvalho/
Belford (2) /
Jesus Crespo/
Ribeiro Reis
19.04.22
Achada
Misto CSM/SC
(1)
V 4-0
Jesus Crespo (2)/
Belford/
Ribeiro Reis
(1)     O misto foi formado por jogadores do Clube Sports Madeira e dos ingleses do Cabo Submarino, estabelecidos em Santa Clara.




Os madeirenses ficaram muito admirados com a comitiva do Benfica. Estava na Madeira muito mais do que uma equipa de futebol. Para eles os Benfiquistas revelavam-se irascíveis (davam tudo por tudo para vencer) dentro do campo, mas simpáticos e magnânimos no trato (fora das “quatro linhas”). Generosos como sempre, os madeirenses passaram da admiração ao reconhecimento.



Na despedida, os maritimistas distinguem o Benfica como Sócio Honorário do CS Marítimo, primeiro a clube a ter tal distinção e depois apenas repetida por outro clube, a Associação Académica de Coimbra. Na primeira assembleia-geral após a chegada da Madeira, em 4 de Fevereiro de 1923, os Benfiquistas retribuem a distinção ao CS Marítimo, nomeando o simpático clube madeirense, como Sócio Honorário do Benfica.




ESTREIAS NA MADEIRA ATÉ 1950
DOS CLUBES DO CONTINENTE
Clube
Data
 SL BENFICA
1922/ 9 de Abril
 Sporting CP
1924/ 13 de Maio
 Vitória FC Setúbal
1927
 Ass. Académica Coimbra
1936
 FC Porto
1942/ 13 de Outubro
 GD Estoril-Praia
1949

1936: Década e meia depois
No final da temporada de 1935/36, o Benfica campeão nacional da I Liga é convidado, pelo União FC, fundado em 1 de Novembro de 1913, a deslocar-se à Madeira. A segunda digressão contemplava jogos frente aos três principais emblemas do Funchal. 



Entretanto, entre a primeira visita (1922) e a segunda (1936) o CS Marítimo alcançara na temporada de 1925/26 o título de Campeão de Portugal, depois de FC Porto (2), Sporting CP e SC Olhanense, e antes do inédito Bicampeonato - 1929/30 e 1930/31 - do Benfica. Depois da nossa visita em 1922, talvez impulsionado por ela (quem sabe!) o CS Marítimo passou de melhor clube madeirense a melhor de Portugal, vencendo o FC Porto (V 7-1 nas meias-finais) e CF "Os Belenenses" (V 2-0, no Campo do Ameal (Porto), em 6 de Junho de 1926).


CAMPEONATO
DA MADEIRA
Época
Campeão
1922/23
04.CS Marítimo
1923/24
05.CS Marítimo
1924/25
06.CS Marítimo
1925/26
07.CS Marítimo
1926/27
08.CS Marítimo
1927/28
02.União FC
1928/29
09.CS Marítimo
1929/30
10.CS Marítimo
1930/31
11.CS Marítimo
1931/32
03.União FC
1932/33
12.CS Marítimo
1933/34
04.União FC
1934/35
01.CD Nacional
1935/36
13.CS Marítimo


A partida a bordo do vapor “Lima” realizou-se a 8 de Julho, a chegada a 10 e o primeiro jogo a 12. A delegação com 14 futebolistas, três dirigentes, quatro mesatenistas e vários associados, ficou instalada no Camacha Hotel. Os jogos decorreram no campo dos Barreiros, propriedade do CD Nacional.



JOGOS DO SL BENFICA NA MADEIRA (1936)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
12.07.36
Barreiros
União FC
V 5-1
Vítor Silva (2) / Valadas (2) / Domingos Lopes
16.07.36
Barreiros
CD Nacional
V 3-2
Valadas (2) / Fernando Cardoso
19.07.36
Barreiros
CS Marítimo
V 2-1
Vítor Silva / Valadas
21.07.36
Barreiros
CS Marítimo
D 0-2
---




O Benfica (re)conquistou os madeirenses tanto nos jogos de futebol como nas festas, confraternizações e passeios por toda a Ilha, com a participação de todos os clubes. Mais uma vez, os madeirenses ficaram entusiasmados com o modo como os Benfiquistas respeitavam todos os emblemas madeirenses por igual, independentemente da valia desportiva ou popularidade na Ilha. Não tomavam “partido por nenhum” querendo ganhar a todos, compreendendo as diferenças, mas não se intrometendo nas rivalidades. Tal como em 1922, a Madeira viu (e sentiu) em 1936 mais um Grande Benfica, em suma, o “Glorioso”. Em 22 de Julho, a comitiva do Clube deixava a Madeira, ainda a bordo do “Lima”.





1949: Quase mais década e meia depois
Após o final da Taça de Portugal da temporada de 1948/49, que conquistámos (12 de Junho de 1949, V 2-1, Atlético CP, Estádio Nacional), fomos convidados pelo CD Nacional (fundado em 8 de Dezembro de 1910) e CS Marítimo para voltarmos, pela terceira vez, à Madeira.



CAMPEONATO
DA MADEIRA
Época
Campeão
1936/37
02.CD Nacional
1937/38
05.União FC
1938/39
03.CD Nacional
1939/40
14.CS Marítimo
1940/41
15.CS Marítimo
1941/42
04.CD Nacional
1942/43
05.CD Nacional
1943/44
06.CD Nacional
1944/45
16.CS Marítimo
1945/46
17.CS Marítimo
1946/47
18.CS Marítimo
1947/48
19.CS Marítimo
1948/49
20.CS Marítimo

Foi mais uma jornada épica, com os madeirenses a presenciarem a equipa que um ano depois, em 1950, conquistou a Taça Latina.


JOGOS DO SL BENFICA NA MADEIRA (1949)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
10.07.49
Barreiros
CD Nacional
E 1-1
Corona
14.07.49
Barreiros
CS Marítimo
V 3-2
Corona (2) / Julinho
17.07.49
Barreiros
CS Marítimo
D 2-4
Rogério Carvalho / Corona

Uma grande jornada que fez do Benfica, definitivamente, o clube mais popular na Madeira, cimentando em 1949, a simpatia que expandira em 1922 e 1936.

1973: Comemoração da entrada do Campeão da Madeira nas competições nacionais
Mais de vinte anos depois da terceira digressão do “Glorioso”, em 1949, a nossa principal equipa de futebol deslocou-se ao Funchal, para homenagear o Campeão da Madeira de 1972/73, que pelas alterações do regulamento das competições nacionais passaria a competir, em 1973/74, na II Divisão Nacional.

CAMPEONATO
DA MADEIRA
Época
Campeão
1949/50
21.CS Marítimo
1950/51
22.CS Marítimo
1951/52
23.CS Marítimo
1952/53
24.CS Marítimo
1953/54
25.CS Marítimo
1954/55
26.CS Marítimo
1955/56
27.CS Marítimo
1956/57
06.União FC
1957/58
28.CS Marítimo
1958/59
07.União FC
1959/60
08.União FC
1960/61
09.União FC
1961/62
10.União FC
1962/63
11.União FC
1963/64
12.União FC
1964/65
13.União FC
1965/66
29.CS Marítimo
1966/67
30.CS Marítimo
1967/68
31.CS Marítimo
1968/69
07.CD Nacional
1969/70
32.CS Marítimo
1970/71
33.CS Marítimo
1971/72
34.CS Marítimo
1972/73
35.CS Marítimo
1973/74
14.União FC
1974/75
08.CD Nacional

Tratando-se do CS Marítimo, o Benfica saldava as contas da transferência do futebolista Nélson Fernandes que, em 1964/65, transferiu-se para o Benfica.


JOGO DO SL BENFICA NA MADEIRA (1973)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
16.05.73
Barreiros
CS Marítimo
V 4-0
Humberto Coelho (2)/
Eusébio/
Nélinho

Uma exibição de classe, pois o Benfica sagrara-se, em 1972/73, tricampeão nacional invicto, com 28 vitórias em 30 jornadas. Estiveram no estádio dos Barreiros mais de 15 mil pessoas… Esgotadíssimo…

1974: Festival desportivo luso-brasileiro
A participação, em 5.º lugar, do CS Marítimo na zona sul do Campeonato Nacional da II Divisão permite o reavivar do interesse pelo clube entre a diáspora madeirense. É assim que os maritimistas radicados no Brasil tomam a iniciativa de deslocar ao Funchal um clube de São Paulo, a Portuguesa dos Desportos e o Benfica, para um prélio entre eles e jogos com o CS Marítimo.

JOGOS DO SL BENFICA NA MADEIRA (1974)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
06.02.74
Barreiros
CS Marítimo
V 3-0
Nélinho/
José Pedro (2)
09.02.74
Barreiros
Port. Desp. S.P.
V 5-3
José Pedro/
H. Coelho (3) /
Simões

A grande valia do nosso clube fica mais uma vez expressa dentro de campo, com duas vitórias categóricas e respeito pelos espectadores nos Barreiros. À Benfica!

1977: Comemoração da subida do CS Marítimo à I Divisão
Tal como prometido em 1973, quando o CS Marítimo conseguisse a promoção à I Divisão, o Benfica deslocava-se ao Funchal para comemorar a subida ao principal escalão do futebol português.

JOGO DO SL BENFICA NA MADEIRA (1977)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
25.05.77
Barreiros
CS Marítimo
V 3-2
Chalana/ Pietra (2)

O “Glorioso”, tricampeão nacional ganhou ao CS Marítimo, que venceu, após quatro temporadas, a zona sul da II Divisão. O clube madeirense sagrar-se-ia, também, em 26 de Junho de 1977, Campeão Nacional da II Divisão.


1980: Solidariedade com as vítimas do sismo nos Açores
Após o terrível sismo, em 1 de Janeiro de 1980 que afectou o arquipélago dos Açores, destruindo muitas localidades, com Angra do Heroísmo a ficar em escombros, o Benfica disponibilizou-se para uma jornada de solidariedade com os açorianos.

JOGO DO SL BENFICA NA MADEIRA (1980)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
28.05.80
Barreiros
Sporting CP
V 1-0
Reinaldo

Uma jornada desportiva de solidariedade que deu frutos, o principal a angariação de fundos para auxílio aos desalojados açorianos e em campo, mais uma vitória sobre o Sporting CP.

1983: Contratação do defesa-central Oliveira
O Benfica deslocou-se ao Funchal, a pedido do CS Marítimo, num jogo incluído na transferência do defesa-central Oliveira para o nosso clube. As finanças dos maritimistas, depois de gastos elevados nas duas passagens pela I Divisão necessitavam do Benfica no estádio dos Barreiros.


JOGO DO SL BENFICA NA MADEIRA (1983)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
28.12.83
Barreiros
CS Marítimo
V 3-0
Manniche/ Diamantino/
Chalana

Com o CS Marítimo numa travessia de duas temporadas pela zona sul da II Divisão (a última!) o Benfica honrou as tradições do Clube fazendo uma exibição categórica frente aos madeirenses. O CS Marítimo regressou à I Divisão onde vai fazendo um percurso ininterrupto de 27 épocas (1985/86 a 2011/12).

2007: Festa da inauguração da remodelação do estádio do CD Nacional
A pedido do presidente do CD Nacional, o Benfica desloca-se à Choupana para participar no festival de inauguração das novas bancadas e instalações do estádio do clube alvi-negro.


JOGO DO SL BENFICA NA MADEIRA (2007)
Data
Campo
Adversário
Res
Golos
16.11.07
Madeira
CD Nacional
V 1-0
Yu Dabao

Perto do final do encontro, um golo aos 86 minutos, dá a vitória do Benfica neste jogo de festa. À Benfica!


As passagens do “Glorioso” pela "Pérola do Atlântico” são uma dos capítulos mais prestigiantes na História do SLB. Um capítulo lindo numa história gloriosa.

Alberto Miguéns

NOTA1: Com a participação dos clubes madeirenses, com destaque para o CS Marítimo, no Campeonato Nacional da I Divisão, o Benfica passou a deslocar-se, praticamente, todas as épocas ao Funchal, e nos últimos anos, também, à Choupana, para disputar jornadas do Nacional ou eliminatórias da Taça de Portugal. Tal como logo à noite!

Época
CS Marítimo
CD Nacional
CF União
77/78
CN (V 1-0)
--
--
78/79
CN (D 1-2)
--
--
79/80
CN (E 1-1)
--
--
80/81
(1)
--
--
81/82
--
--
--
82/33
CN (V 1-0)
--
--
83/84
--
--
--
84/85
--
--
--
85/86
CN (V 2-1)
--
--
86/87
CN (E 2-2)
--
--
87/88
CN (E 1-1)
--
--
88/89
CN (E 1-1)
CN (V 1-0)
--
89/90
CN (E 1-1)
CN (V 4-1)
CN (V 3-0)
90/91
CN (V 2-0)
CN (V 2-0)
CN (V 2-0)
91/92
CN (V 4-0)
--
CN (V 1-0)
92/93
CN (E 1-1)
--
--
93/94
CN (E 1-1)
--
TP (V 5-1)
CN (V 2-0)
94/95
CN (V 3-0)
--
CN (V 2-0)
95/96
CN (E 2-2)
--
--
96/97
CN (D 0-2)
--
--
97/98
CN (D 0-1)
--
--
98/99
CN (D 0-1)
--
--
99/00
CN (E 0-0)
--
--
00/01
CN (D 0-3)
--
--
01/02
TP (D 0-1)
--
--
CN (D 2-3)
02/03
CN (V 2-1)
CN (D 0-1)
--
03/04
CN (E 1-1)
CN (D 2-3)
--
04/05
CN (E 1-1)
CN (V 1-0)
--
05/06
CN (V 1-0)
CN (E 1-1)
--
06/07
CN (V 3-0)
CN (V 2-0)
--
07/08
CN (E 1-1)
CN (V 3-0)
--
08/09
CN (V 6-0)
CN (D 1-3)
--
09/10
CN (V 5-0)
CN (V 1-0)
--
10/11
CN (V 1-0)
CN (D 1-2)
--
11/12
TP
CN (V 2-0)
--
CN
NOTA: (1) Por interdição do estádio dos Barreiros, o jogo do Campeonato Nacional de 1980/81, realizou-se, em Lisboa, no estádio José Alvalade; V 2-1

NOTA2: Totais por clubes na ilha da Madeira
Adversários
J
V
E
D
GM
GS
 CS Marítimo
41
18
12
11
72
48
 CD Nacional
16
10
2
4
26
14
 União FC
7
7
-
-
20
2
 C. Sports Madeira
1
1
-
-
1
0
 Selecção A.F.F.
1
1
-
-
6
1
 Misto CSM/ S.Cl.
1
1
-
-
4
0
 Portuguesa S.P.
1
1
-
-
5
3
 Sporting CP
1
1
-
-
1
0
 TOTAIS
69
40
14
15
135
68